Quase 200 convidados da Serra Gaúcha e Porto Alegre, entre empresários, advogados, engenheiros e empreendedores, reuniram-se na manhã da última terça-feira (19) no Hotel Villa Michelon, em Bento Gonçalves, para participar do evento Governança para a Nova Economia, conduzido por dois especialistas que compartilharam as principais tendências nas áreas de governança e Indústria 4.0. O encontro integrou as atividades do escritório, que em outubro completou 45 anos de mercado. O primeiro deles foi Anderson Godz, que desde 2016 é investidor, conselheiro e advisor, além de autor do livro Governança & Nova Economia e criador de uma comunidade dessa prática que mobiliza mais de 15 mil pessoas. Anderson centrou sua apresentação na necessidade de se ter negócios velozes e ao mesmo tempo corretos e elencou o que definiu como “pontos de pressão” da atualidade: o número cada vez maior de sócios nas empresas, a necessidade de se ter mais ousadia, o cenário apresentado no livro “O novo poder”, de Jeremy Heimans e Henry Timms, a exposição – como no caso de reunião do conselho do Facebook, que é gravada e disponibilizada on-line – e o trabalho, especialmente o novo modelo instituído pelo site Alibaba, que promete entregar tudo em qualquer lugar do mundo em até 72h. Ele também tratou do tema da governança para startups e PMEs. Nesse sentido, indicou um modelo de canvas, desenvolvido por ele, que mapeia os principais assuntos ligados à gestão da empresa, como o alinhamento de prioridades e valores, ética e caráter, velocidade e objetivos, disposição a mudanças, apetite a riscos, habilidades e responsabilidade, aportes e retiradas, societário e jurídico e propriedade intelectual. “A próxima evolução que assistiremos é a da governança, que nos permita tomar decisões mais sabiamente e mais conectados”, afirmou. Outro convidado do dia foi Marcelo Souza, CEO da Indústria Fox, pioneira na reciclagem de refrigeradores com destruição dos gases do efeito estufa e responsável pelo projeto TudoBônus, que resgatou as principais revoluções que impactaram a humanidade, seus mecanismos e o papel do chamado “líder 4.0”, fazendo uma analogia à Indústria 4.0. Com conteúdos provocativos, Marcelo destacou que o grande segredo da atual revolução que vivemos é a destruição do conhecimento tácito. “Aquilo que um artesão levava anos para aprender a fazer, hoje se tornou automatizado, e só precisamos ensinar um operador para manejar a máquina”, exemplificou. No âmbito das empresas, o palestrante sugeriu aos gestores que mudem o mindset das pessoas. Essas, como ele enfatizou, querem ter voz, querem se fazer ouvidas e querem participar, então é necessário dar espaço a esse fenômeno. Ele citou o exemplo de uma rede social interna de uma empresa, em que todos os colaboradores contribuem com conteúdos, completamente ao contrário do tradicional mural. “Com a tecnologia, qualquer pessoa da empresa pode postar uma foto de uma situação inapropriada, todos ficarão sabendo e se pode solucionar o problema rapidamente”, complementou. Lançando mão de alguns prognósticos, Marcelo compartilhou quais devem ser as principais eras que a humanidade vivenciará. Entre 2015 e 2020, foi a era da convergência; de 2020 a 2022, a era dos vestíveis; de 2022 a 2026, a era dos implantáveis; e de 2027 a 2030, a era da singularidade e dos humanos 2.0.