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Golpes financeiros seguem em crescimento no Brasil, tendo como alvo consumidores e empresas

11/08/2022

A concorrência com as fintechs teve impacto significativo na digitalização dos serviços bancários pelas instituições tradicionais, e foi ainda mais acelerada pela pandemia da COVID-19. Atualmente, grande parte das necessidades dos clientes pode ser atendida através do celular, dispensando o comparecimento em agências. O Pix, forma de pagamento lançada pelo Banco Central em 2020, já é uma das modalidades mais utilizadas no Brasil (Acesse as informações em: https://www.bcb.gov.br/estatisticas/spbadendos).

 
Porém, ao mesmo tempo em que possibilitou maior comodidade e rapidez nas transações, a digitalização foi acompanhada pela ação de criminosos, os quais se valem de diversos meios para aplicar golpes tanto em consumidores como em empresas. Algumas das práticas mais utilizadas envolvem: manipulação das vítimas para que estas forneçam seus dados, efetuem pagamentos ou cliquem em links fraudulentos; ação de vírus que alteram a linha digitável de boletos bancários; e a utilização indevida de dados pessoais vazados.
 
Segundo dados apurados pelo Serasa Experian, somente em março deste ano foram registradas 389.788 tentativas de fraude. No mesmo período do ano passado, foram reportados 327.843 casos, representando um significativo aumento de 18,9%. (Acesse em: https://www.serasaexperian.com.br/sala-de-imprensa/analise-de-dados/tentativas-de-fraude-crescem-189-em-relacao-ao-mesmo-periodo-do-ano-passado-revela-serasa-experian/)
 
A recuperação do dinheiro pelas vítimas também não se mostra tarefa fácil, na medida que, em regra, os golpistas utilizam-se de contas bancárias de terceiros para recebimento dos valores. Novamente valendo-se da digitalização de serviços e do uso indevido de dados pessoais, os criminosos procedem com a abertura de contas de forma online, no nome de terceiros de boa-fé que sequer imaginam que seus dados estão sendo utilizados para a prática de crimes.
 
O roubo e furto de celulares também vem sendo alvo de quadrilhas especializadas, cujo principal objetivo já não é mais o aparelho em si, mas sim o acesso aos dados e aos aplicativos que a vítima possui no celular. Em poucos minutos, os criminosos acessam os apps de instituições financeiras e efetuam diversas transações, antes mesmo que a vítima consiga informar seu banco acerca do ocorrido. Aparelhos celulares desbloqueados, utilização de senhas fracas e mecanismos muito simplificados para a troca de senhas contribuem para este tipo de crime.
 
Em pesquisa encomendada pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) e realizada pela empresa Deloitte, 100% dos bancos participantes apontaram que o investimento em tecnologias para assegurar a segurança cibernética é uma das principais prioridades para o ano de 2022. (Acesse aqui a íntegra da pesquisa: https://cmsarquivos.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/pesquisa-febraban-2022-vol-1_SE.pdf)
 
Porém, em que pese a preocupação das instituições bancárias, grande parte dos golpes envolvem, em certa medida, a participação da vítima. Os dados demonstram que este tipo de crime está em expansão, e são aperfeiçoados de forma constante pelos criminosos. Atualmente, uma das formas mais eficazes de prevenção continua sendo o cuidado do próprio consumidor em relação aos seus dados, e a atenção redobrada no momento de efetuar transações financeiras.
 
Adotar os cuidados necessários passa pela obtenção de informações de fontes confiáveis – e, caso venha a ser vítima de crimes deste tipo, adotar medidas de forma ágil e acertada pode minimizar o prejuízo.
Jéssica Postingher,

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