28/01/2025
Todos os dias, ao acessarmos sites ou aplicativos, somos bombardeados com perguntas como: “Deseja compartilhar sua localização?” ou “Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência. Aceitar ou rejeitar?”. Em farmácias ou redes de lojas, frequentemente nos pedem o CPF para oferecer descontos ou condições especiais. A reação mais comum? Clicar em qualquer opção ou fornecer os dados rapidamente, apenas para seguir em frente e alcançar nossos objetivos.
Esse comportamento é compreensível. No ritmo acelerado em que vivemos, queremos apenas obter as informações ou serviços desejados sem obstáculos. No entanto, é crucial entender o que está por trás dessas solicitações e por que a proteção de nossos dados pessoais é tão importante.
Cada dado que fornecemos, seja conscientemente ou de forma quase automática, carrega informações valiosas. Esses dados são usados para criar perfis detalhados sobre nossos comportamentos, preferências e até mesmo aspectos mais íntimos, muitas vezes inconscientes. Com essa "mina de ouro" nas mãos, empresas podem oferecer produtos e serviços cada vez mais personalizados. Por vezes, parece que até adivinham nossos pensamentos, não é mesmo?
Muitas pessoas afirmam que "não têm nada a esconder" e, por isso, não se preocupam com o uso de seus dados. É verdade que a personalização de serviços pode facilitar a vida, mas o uso inadequado dessas informações pode trazer consequências sérias. Dados pessoais podem ser utilizados para prever questões de saúde, religião ou opiniões políticas, o que pode limitar o acesso a serviços essenciais ou até gerar discriminação. A história já nos mostrou os perigos dessa prática. Durante o regime nazista, por exemplo, informações coletadas por meio do censo foram utilizadas para localizar e perseguir vítimas. Mais recentemente, o escândalo envolvendo a empresa Cambridge Analytica, que teria usado informações de 50 milhões de usuários do Facebook obtidas por meio de um teste de personalidade, nas campanhas de Donald Trump nas eleições de 2016, nos Estados Unidos, e na campanha do grupo que promovia o Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia).
Além disso, o impacto da falta de cuidado com os dados pode se estender para além de questões éticas ou políticas. Há riscos reais e imediatos, como o roubo de identidade, fraudes financeiras e exposição de informações sensíveis. Uma senha compartilhada em múltiplos serviços ou um descuido em aceitar termos de uso sem leitura prévia pode resultar em grandes problemas. Dados pessoais comprometidos podem ser vendidos na dark web ou usados para enganar pessoas e empresas.
O Dia Internacional da Proteção de Dados, criado no dia 28 de janeiro de 2006 na Europa, tem como objetivo promover a conscientização sobre a importância de garantir a privacidade de nossas informações. Essa data, celebrada em vários países, nos lembra que legislações são essenciais para limitar o uso indevido de dados e para determinar a transparência do próprio uso, bem como que, acima de tudo, somos responsáveis por proteger nossas próprias informações.
No mundo digital, consciência e informação são nossas maiores armas! Proteger seus dados pessoais não é apenas um direito, mas uma responsabilidade que fortalece sua segurança e liberdade.
Bárbara Ravanello,